
"Com mão contente a Amada abre a janela
Sequiosa de vento no seu rosto
E o vento, folgazão, entra disposto
A comprazer-se com a vontade dela.
Mas ao tocá-la e constatar que bela
E que macia, e o corpo que bem-posto
O vento, de repente, toma gosto
E por ali põe-se a brincar com ela.
Eu a princípio não percebo nada...
Mas ao notar depois que a Amada tem
Um ar confuso e uma expressão corada
A cada vez que o velho vento vem,
Eu o expulso dali, e levo a Amada
- Também brinco de vento muito bem!"
(Vinícius de Moraes)
Nenhum comentário:
Postar um comentário